Dilma Rousseff recebe mais de 30 cineastas no Palácio da Alvorada em encontro noturno de cinco horas.
Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
BRASÍLIA - A formalidade da chegada pela rampa principal intimidou, a princípio, algumas convidadas da presidente Dilma Rousseff para a noite das mulheres no Palácio da Alvorada, que começou sexta-feira e entrou pela madrugada de sábado. Eram mais de 30 cineastas e artistas, além de ministras e assessoras, que, por mais de cinco horas, deram ao belo e sisudo ambiente palaciano um clima de festa de amigas.
O desejo de expor à presidente a necessidade de expansão e incremento da produção cinematográfica brasileira estava na cabeça de todas as presentes, e a maioria conseguiu dar o seu recado. Embora Dilma não tenha feito promessas concretas, o clima, no final, era de grande satisfação, e muitas admitiram que desconheciam as "boas intenções" da presidente para o setor. Uma das demandas apresentadas: a revisão da medida que tirou o Conselho Superior de Cinema da Casa Civil, transferindo-o para o Ministério da Cultura.
- Cinema não é só cultura, é também indústria, precisa de forte investimento e depende de ação coordenada de vários setores, com poder político - dizia Tizuka Yamasaki, muito badalada por Dilma ao longo da noite. - Mas a presidente é inteligente, interessada no assunto e muito sensível. Não prometeu nada, mas disse que vai olhar isso.
Um do saldos do encontro foi que, para suas noites e fins de semana de folga, a presidente Dilma contará agora com um acervo renovado de filmes brasileiros. As convidadas levaram cópias de suas produções para a presidente.
Presidente assistiu a 'É proibido fumar'
Uma das cineastas presentes ao encontro com Dilma Rousseff na noite de anteontem, Ana Carolina se surpreendeu com a presidente e fez questão de declarar isso à própria. Sobre o que a classe pode tirar do encontro, agendado como um dos pontos altos das comemorações que Dilma promoveu no Mês Nacional da Mulher, Ana Carolina disse:
- Ela abriu o espaço e ofereceu estrutura para uma verdadeira política cinematográfica. Agora depende de a gente fazer uma pauta e empurrar para o governo.
Antes da sessão do filme "É proibido fumar", de Anna Muylaert, no cinema reformado do Palácio da Alvorada, a presidente fez um discurso informal, reafirmando a força da mulher, em especial nas artes, e garantindo que pretende repetir encontros como aquele.
- Nosso país tem fome de muita coisa. Tem aquela fome básica, que trabalhamos todos os dias no governo para erradicá-la, mas tem outras e uma delas é a fome de cultura. Temos que saciar também essa fome de cultura tanto nas classes média e alta como nas populares. É obrigação do presidente da República acolher e dar maior visibilidade a todo movimento cultural - afirmou a presidente.
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